To be, or not to be?
That’s the question!
No motociclismo existem vários tópicos polêmicos como:
Qual a melhor marca de motocicleta, qual o melhor modelo, qual o melhor pneu para andar na estrada ou fora de estrada, qual o melhor capacete, qual a melhor bota, qual a melhor roupa e por aí vai…
Nesse mesmo motociclismo existe um outro tópico polêmico, só que este, muito pouco ou até mesmo não abordado nas rodas de amigos, em revistas, sites e fóruns especializados; trata-se de um tópico de extrema importância que é a garupa.
Talvez eu não seja a pessoa mais abalizada para abordá-lo, mas após todos esses anos de viagens de todos os tipos e para todos os lugares, vou arriscar algumas linhas sobre isso e provocar alguns pontos que deverão gerar boas discussões.
Vamos lá !
Como todos sabem esse é um universo composto em sua quase totalidade por mulheres, e que se divide em uma considerável e curiosa diversidade de gostos e comportamentos.
Existem aquelas que parecem adorar ser uma garupa, bem como, existem aquelas que a odeiam, temos casos de extrema dedicação ao piloto, como também, casos de obrigação em acompanhá-lo mesmo claramente contrário à sua vontade e extremos de algumas que vão apenas para ficarem de olho em seus pares.
Longe de ser um estudioso, especialista ou profissional nessa área, que envolve comportamento humano, faço minhas considerações apenas como mero observador do que se passou por inúmeras vezes a minha frente, traseira, esquerda ou direita nas estradas.
E é muito instigante tentar entender como gostar de ser coadjuvante em um ambiente que reúne de um lado:
Calor, frio, sol, chuva, trânsito, poeira, fuligem, desconforto, cansaço, risco, tensão, viagem na madrugada, no escuro da noite e nas mais diversas e diferentes condições, e às vezes tendo que socializar com o grupo quando no fundo se deseja descansar, curtir um momento consigo ou com seu companheiro.
Como toda moeda tem seus dois lados, sem dúvida existem outros tantos pontos positivos nessa arte de garupar:
Natureza a toda prova, liberdade total, novos caminhos, horizontes sem fim, cidades desconhecidas, países longínquos, pessoas das mais diversas culturas, histórias e muito… muito mais.
Particularmente falando tive um dos grandes e inesquecíveis prazeres da minha vida em levar na minha garupa, minha mulher com a qual estou casado há 34 anos, lembrando que a conheci em um de meus passeios de moto pela cidade de São Paulo em um Domingo ensolarado, ideal para um passeio sobre duas rodas; e minha filha de 25 anos, que mesmo sendo cadeirante é aficionada por motos e uma excelente garupa.
E o que falar da responsabilidade, no mínimo triplicada, ao conduzir um Ser Humano grudado ao seu corpo e proporcionar-lhe momentos de satisfação, alegria, realização, superação e muito mais.
Tudo isso só acontece por levarmos uma garupa, sentimento e emoção ímpares na pilotagem de uma motocicleta. Arrisco dizer que uma garupa não imagina o que ela significa no âmago do seu condutor, pelo menos para mim isso sempre aconteceu.
Para encerrar esse texto simplista, fui por curiosidade pesquisar no dicionário do Aurélio “on line” o significado de garupa, e para minha surpresa não encontrei em nenhuma de suas 5 definições, qualquer tipo de menção as pessoas que com muita coragem, dedicação e amor, sentam-se na parte de trás do banco de uma motocicleta.
Fica aqui minha provocação junto a este tema e minhas homenagens à todas as garupas.
João Luiz Marques da Silva
Motociclista
10 João…..adorei
João, posso afirmar que com a moto tenho dois tipos de terapia: sozinho é mototerapia e com garupa é terapia conjugal. Os motivos são óbvios como você escreveu. Tem que ter muita coragem, dedicação, companheirismo e muito amor. Minhas melhores aventuras foi com minha esposa na garupa. Acho que esse tema tem que ser bastante explorado. Parabéns pela iniciativa
Boa noite
Adorei seu texto. Disse tudo sobre garupa. Vou mostrar texto para minha esposa. Ela é minha companheira de sempre. Os poucos km que já rodamos, ela sempre esteve presente.
At,
Magelo
Showwwww, João Luís ????????????
Adorei o texto… vc conseguiu explicar e traduzir em palavras o sentimento do que é ser a garupa!!! Hoje lendo me vejo triste…. perdi meu piloto… fomos companheiros por 11anos e durante esse tempo fui sua garupa…agora ele pilota em lugares distantes….
Obrigada por traduzir desta forma tão bonita aquilo que pode se chamar de companheirismo!
Abraços
Denyse